

O espetáculo é uma adaptação da obra de Augusto Boal, que foi inserido num contexto mais atual. Pois bem:
Estreando em 1960, num momento de acirramento dos movimentos nacionalistas em função das eleições presidenciais, Revolução na América do Sul constitui-se numa dramatização de um pequeno folheto que circulava então, denominado José da Silva. Ampliando horizontes, Augusto Boal cria um percurso para o alegórico protagonista, um operário cujo caminho é interceptado por um sem-número de figuras e situações. Tomado como um símbolo do povo brasileiro, José da Silva sucumbe de fome em meio às falcatruas dos políticos, às negociatas mais diversas para espoliar a indústria nacional, aos efeitos nefastos da propaganda eleitoreira, à ação dos grandes trustes internacionais.
Diferentemente do teor realista dos demais textos originados no Seminário de Dramaturgia, Revolução na América do Sul se utiliza de efeitos de distanciamento na construção dramatúrgica, tais como a inserção de canções, cartazes, frases de ligação entre cenas.
As músicas, compostas por Geni Marcondes e Chico de Assis, ajudam o fluxo do espetáculo, bem como os inúmeros adereços e cenários de Ded Bourbonnais, comparável às criações aristofanescas onde esta sátira foi buscar inspiração e substrato.
Inicialmente, a peça tinha mais de 40 personagens. Mais, com a adaptação diminuímos para menos de 20 personagens. São eles:
José da Silva- interpretado por Rafael Revôredo
José da Silva é o protagonista da peça.
Ele é o povo, o pobre, o eleitor. Que
é durante toda a história tão
maltratado pela sociedade. José é um
homem sem conhecimento, um
pobre coitado que é vítima da
corrupção, da ambição e da
desigualdade. Enfim, uma vítima da
vida.
Esposa de José da Silva.
Interpretada por Sarah Ellen.
A esposa de José da Silva é
uma mulher ambiciosa, muito
embora ela seja pobre.
A mulher não está satisfeita
com as condições financeiras
de sua família, então, decidi
pressionar o marido para que
o mesmo peça um aumento de salário,
o que acaba acarretando uma
bendita confusão.
A esfarrapada é uma pessoa que
tenta ajudar aos revolucionários e
que sempre é descriminada pela
classe superior.




A Líder é uma mulher sem escrúpulos, disposta a fazer qualquer coisa para alcançar seu objetivo: ser eleita. Não se importa com quem está a sua volta e é bastante interesseira.



